À descoberta da Costa de Lavos
A sul da Figueira da foz cerca de um dezena de km a Costa de Lavos. Aos poucos a aldeia apresenta-se, salta a bola, o cão e o gato e a alegria dos gaiatos confundindo-se com o grasnar das gaivotas. A temperatura de 27o transforma-se em 23o, o cheiro a mar e a peixe fresco invade a alma. Estacionamos sem o stress habitual do turismo

, na Av. do Mar que poderia muito bem ser Av. João da Silva Ribeiro fundador desta terra, que por aqui lutou por um país governado por ingleses e franceses, ergueu em parte esta terra no século XVIII e XIX. A brisa corre fresquinha, a casa dos Pescadores da Costa de Lavos pede uma visita. Um exemplo de reabilitação de um edifício e do espólio material e imaterial albergado sobre a intensa vida do mar. Tomamos um café e na mesa ao lado, um velho lobo-do-mar conta as tempestades e os nevoeiros da pesca do bacalhau à linha na Gronelândia. A Costa de Lavos é terra de embarcadiços. A homenagem à mulher que em terra orienta a família e a casa está do outro lado da rua, um palheiro mobilado e decorado com os objetos típicos da primeira metade do século XX. O dia vai aquecendo e de tanto ouvir, cheirar e sentir o mar apetece mesmo um mergulho, sempre de olho porque os heróis do dia estão a chegar, a água está fresquinha em todos os sentidos. Aí vêm eles já não empurrados pela força braçal, mas agora por motores. Daqui a algumas horas é puxar as redes e avaliar a safra (sardinha, carapau, cavala um ou outro robalo, sargo e linguado). O entrar na praia do barco Voz do Mar é fácil a ondulação não ultrapassa um metro de altura. Enxugo-me a imaginar como o general Wellington e cerca de 13 mil homens por aqui desembarcaram para nos ajudar a expulsar os larápios franceses. A fome chega e descobrimos um apetitoso Linguado na brasa, um passeio a sul pelo passadiço das dunas com facilidade encontramos um escaravelho, borboletas, um sardão inofensivo dormindo ao sol ou uma raposa, que foge mal sente o odor humano ou o ruído da conversa. Uma volta à aldeia e aparece a Casa Verde - uma bela casa do inicio século XX e do turismo por estas bandas. À noite comemos um novilho na brasa da raça Marinhoa - medalha de ouro das carnes de bovino certificada com DOP em 2012 à noite damos um salto aos muitos bailes que decorrem nas aldeias vizinhas.